Tema – Sexualidade
Autora: Maria Aparecida Bastos
Falar sobre sexualidade não é nada fácil, mesmo para nós educadores que possuímos um certo conhecimento mais sistematizado. No entanto no quesito sexualidade, ainda temos muito a compreender e conhecer. Onde mora o problema? Porque temos tantas dificuldades para lidar com o tema na sala de aula? Penso que, refletindo sobre o assunto podemos encontrar algumas hipóteses que sustente tal dificuldade. Historicamente as famílias educam seus filhos num sistema doutrinário, onde a sexualidade é explicada pela biologia, ou seja, pode ser representada pelo sexo “feminino e masculino”, o que fugir a regra é considerada coisa do demônio, safadeza, putaria, desmoralização, falta de vergonha entre outros adjetivos negativos que são dados aos indivíduos que não se encaixam no padrão estabelecido como certo, correto. Ainda falando da educação que recebemos em casa, está o que podemos dizer, educação repressiva do sexo, é principalmente dirigida ao sexo feminino, onde o sexo é ensinado de forma moralista, cabendo a mulher ser submissa ao homem no ato sexual propriamente dito. Podemos perceber esta cultura de submissão em todas as sociedades, independente de situação sócio-econômica, cultural e étnica.
O pior, é que as mulheres entendem que deve ser assim mesmo. Quando assistem uma cena na TV, onde a mulher toma a frente no sexo, e fala abertamente sobre o mesmo, é reprimida como se fosse uma marginal, delinquente. Porque agimos assim? A resposta pode ser encontrada na nossa formação. E como consequência, somos reprimidos enquanto crianças e adolescente e quando adultos reproduzimos a mesma educação que recebemos, formando um ciclo vicioso. O que podemos fazer enquanto educadores para romper com tabus, quebrar paradigmas? Primeiramente temos que tentar superar esta cultura enraizada em nós, cultura que nos torna preconceituosos e dogmáticos, com práticas que excluem aqueles que não se enquadram no padrão estabelecido. Temos que nos reeducar para uma visão holística da sexualidade, tendo como objetivo uma educação de qualidade, onde todos e cada um são considerados como sujeitos ativos com capacidades para atuarem e agirem em sociedade e serem felizes. Como tornar isso possível? Cursos de formação continuada contribuem muito para o conhecimento mais sistematizado sobre o assunto, fazendo com que saíamos do submundo preconceituosos que cega os indivíduos causando inúmeros males a sociedade, para nos apropriarmos de conceitos sistematizados, tendo como princípios valores humanos, igualitários, solidários e democráticos.